Git Faz 20 Anos

No dia 7 de abril de 2005, o mundo do desenvolvimento de software testemunhou o nascimento de uma ferramenta que se tornaria onipresente e essencial: o Git. Há exatos 20 anos, Linus Torvalds, a mente brilhante por trás do kernel Linux, realizava o primeiro commit daquele que viria a revolucionar o controle de versões.

Insatisfeito com as alternativas disponíveis para a comunidade open source, Torvalds, com sua genialidade característica, codificou o Git em impressionantes dez dias. Sua criação inicial era descrita de forma peculiar pelo próprio criador: “o gerenciador de informações do Inferno”. Longe de ser um elogio, a frase refletia a complexidade e a curva de aprendizado inicial da ferramenta.

Na sua essência, o Git original era uma coleção de sete ferramentas independentes e simples, projetadas para realizar snapshots, registrar alterações (changesets) e manipular estruturas de bancos de dados. No dia seguinte ao primeiro commit, Torvalds, com seu humor ácido, descreveu sua criação como um “gerenciador de conteúdo de diretório estúpido (mas extremamente rápido)”. Ele acreditava, inclusive, que seria apenas uma questão de tempo até que alguém desenvolvesse uma solução superior.

Mal sabia ele que, duas décadas depois, o Git não apenas sobreviveria, mas dominaria o mercado de controladores de versão com incríveis 87% de participação. Aquela “ferramenta estúpida” se tornou a espinha dorsal de projetos de todos os tamanhos, desde pequenos scripts até complexos sistemas empresariais.

E o mistério por trás do nome “Git”? Permanece uma curiosidade para muitos. A especulação de que seria uma gíria para “get” foi recentemente desmentida pelo próprio Torvalds, que afirmou ser apenas “uma combinação aleatória de três letras que pode ser pronunciada e, na verdade, não é usada por nenhum comando Unix comum. O fato de ser uma pronúncia incorreta de get pode ou não ser relevante”. A explicação, assim como a própria criação, é direta e pragmática.

Hoje, celebrar os 20 anos do Git é celebrar a colaboração facilitada, o rastreamento preciso de mudanças, a capacidade de experimentar sem medo e a organização fundamental no fluxo de trabalho de milhões de desenvolvedores ao redor do mundo. Aquela criação rápida e inicialmente considerada “infernal” se consolidou como um pilar fundamental para a inovação e o progresso na tecnologia.

Parabéns, Git! E obrigado, Linus Torvalds, por nos presentear com essa ferramenta essencial que moldou o desenvolvimento como o conhecemos hoje.

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