Amazon inicia testes da internet via satélite Kuiper no Brasil

A Amazon deu um passo importante em sua estratégia para competir no mercado global de internet via satélite. Entre os dias 24 de junho e 21 de setembro, duas cidades brasileiras — Cosmópolis (SP) e Glória de Dourados (MS) — servirão como áreas de teste para o Projeto Kuiper, serviço de banda larga espacial da gigante norte-americana.

Autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o experimento marca a chegada da Amazon a um setor dominado atualmente pela Starlink, de Elon Musk. Para cobrir o território brasileiro, a empresa lançou 27 satélites em abril deste ano. A expectativa é que os primeiros clientes do Kuiper no Brasil comecem a ser atendidos ainda em 2025.

Apesar de rumores sobre atrasos no cronograma, a Amazon nega qualquer contratempo tecnológico. Segundo a empresa, os preparativos seguem conforme o planejado.

Desafios à frente

No entanto, a expansão do Kuiper além do território brasileiro esbarra em desafios logísticos. Um dos maiores entraves está na produção de satélites em larga escala. De acordo com a Bloomberg, a Amazon teria apenas algumas dezenas de unidades prontas até o momento.

A meta ambiciosa é lançar 3.236 satélites até 2029. No entanto, segundo exigência da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), ao menos metade desses dispositivos precisa estar operando até julho de 2026 — o que significa que a Amazon terá pouco mais de um ano para colocar mais de 1.600 satélites em órbita.

Para efeito de comparação, a Starlink já conta com aproximadamente 7.000 satélites ativos ao redor do planeta, consolidando sua vantagem competitiva.

Um mercado em transformação

A chegada da Amazon ao Brasil com o Projeto Kuiper representa uma nova fase no acesso à internet via satélite. A iniciativa promete levar conectividade a áreas remotas, ampliando o acesso digital em regiões menos favorecidas. Caso supere os desafios logísticos, a Amazon poderá se tornar uma das principais fornecedoras globais de internet espacial.

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